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Imagem de Karen Hao segurando seu livro "Empire of AI", talvez com um fundo que remete a data centers ou redes de computadores.

Império da IA? O que a Karen Hao revelou sobre a OpenAI (e por que isso importa)

July 09, 20250 min read

Fala meu povo! Estava dando uma olhada nas notícias via RSS, sempre caçando algo interessante, e topei com uma conversa da Karen Hao, jornalista especializada em IA, lá no MIT Technology Review. Ela lançou um livro chamado "Empire of AI", que disseca a ascensão da OpenAI. E a papo foi bom demais, tocou em pontos que eu sempre bato aqui, mas com uma profundidade baseada em muita reportagem (pense em centenas de entrevistas!).

O artigo, ou melhor, a transcrição dessa conversa com o Niall Firth, é um banho de água fria (realista!) pra quem só vê a IA pelo hype. A Karen, que começou a cobrir a OpenAI lá em 2020 pra Tech Review, mostra que a história é bem mais complexa do que parece, com direito a escolhas estratégicas que definiram o rumo do que vemos hoje.

A Estratégia da "Escalabilidade": Gênio ou Custo Escondido?

Um dos pontos altos é a discussão sobre a decisão da OpenAI, lá por 2017, de focar na escalabilidade. Imagina só: enquanto a maioria dos pesquisadores achava que o caminho era a inovação fundamental, eles falaram "Quer saber? Vamos pegar o que já temos (redes neurais) e bombar com dados e supercomputadores gigantes!".

Por que isso? A Karen aponta um motivo bem prático (e que faz todo sentido pra quem entende de negócios): eles estavam competindo com o Google, que tinha monopólio de talentos. Inovar do zero é imprevisível, você não sabe quando (ou se) o breakthrough vai acontecer. Escalar, por outro lado, é mais linear. Aumenta dado, aumenta processamento, e você *tende* a ter ganhos. É a lógica que o Sam Altman, com sua habilidade fora do comum de levantar capital, aproveitou.

Funciona? Sim, inegavelmente. O salto do GPT-2 pro GPT-3, só na base da escala, foi impressionante. Mas, como a Karen e o pessoal da Tech Review têm mostrado, o custo disso é colossal.

Não é só dinheiro. Estamos falando de um consumo absurdo de energia e água. A estimativa que ela menciona, de ter que adicionar de 2 a 6 vezes o consumo de energia da Califórnia na rede elétrica global nos próximos 5 anos só pra dar conta desses data centers, é de cair o queixo. E grande parte disso vai ser com fontes não renováveis, porque a demanda é 24/7.

Pra mim, que venho da engenharia e vejo o mundo real, esses custos ambientais e de infraestrutura são parte fundamental da equação. Não dá pra falar em solução mágica sem olhar pra base que sustenta isso.

"Império da IA": Uma Visão Desconfortável (Mas Necessária)

A Karen aprofunda a ideia no livro dela, chamando esse modelo de desenvolvimento de "Império da IA", fazendo um paralelo com os impérios antigos. E ela lista quatro "paralelos" que fazem a gente pensar:

  1. Apropriação de Recursos: Raspando dados e propriedade intelectual que não são deles.
  2. Exploração de Mão de Obra: Contratando pessoas (muitas vezes em países do Sul Global) pra fazer as tarefas mais pesadas e desagradáveis do pipeline de desenvolvimento.
  3. Monopólio do Conhecimento: Concentrando os melhores pesquisadores de IA nas grandes empresas, afastando-os da pesquisa aberta e universitária. Imagina se a maioria dos climatologistas fosse bancada por petroleiras? A visão seria distorcida, né? É o que pode estar acontecendo na IA.
  4. Retórica da Corrida Agressiva: Aquele papo de que tem o "império do bem" (nós) e o "império do mal" (eles), e precisamos dominar a tecnologia primeiro pra salvar a humanidade. Uma justificativa pra fazer o que for preciso, consumindo e explorando.

Essa visão, embora forte, tem muito de real. Quem trabalha com tecnologia sabe que a busca por eficiência e lucro, sem contrapesos, pode levar a caminhos questionáveis. É o que sempre digo: Em Deus nós confiamos, o resto me tragam dados. E os dados da Karen sobre esse modelo de "império" são bem contundentes.

Isso é algo que rola muito na nossa comunidade: como construir tecnologia que seja eficiente e lucrativa, mas sem ignorar os impactos reais no mundo. É exatamente esse tipo de discussão que acontece quando a gente fala de implementar IA de forma responsável em negócios. Aliás, se você quiser trocar ideia sobre estratégias de IA que funcionam no mundo real e fogem dessa lógica predatória, clica no link pra entrar em contato e entre na comunidade IA Overflow. A gente debate isso a fundo.

AGI: A Cenoura que Move o Burro?

Outro ponto fascinante é como a AGI (Inteligência Geral Artificial) funciona quase como um personagem no livro. É a "coisa" que motiva tudo na OpenAI. Mas a Karen joga a real: nem os pesquisadores da área concordam no que é AGI, se é possível, ou quando chegaria. É um conceito nebuloso, que a OpenAI usa como "linha de chegada" que fica sempre se movendo.

Por que isso é útil pra eles? Cria um fervor quase religioso! "Temos que chegar lá! É transformador! Nada mais importa!". É a justificativa pra escalar a qualquer custo e, também, pra concentrar o desenvolvimento nas mãos deles, alegando que é "muito poderoso" pra ser democrático. Ela menciona a piada interna: pergunte a 13 pesquisadores da OpenAI o que é AGI e você terá 15 definições. Hilário, mas preocupante.

E a dicotomia "boomers" (otimistas com AGI) versus "doomers" (pessimistas, acham que vai destruir tudo)? A Karen se posiciona num terceiro espaço: a **responsabilidade da IA**. Pra ela, o ponto não é se a AGI vem ou não, mas que essas empresas acumularam poder demais e precisam ser responsabilizadas pelos danos *atuais* que estão perpetuando.

Tem Alternativa? IA Ética e Focada

A grande pergunta: dá pra fazer IA de outro jeito? A Karen e eu concordamos plenamente: SIM! Existe um universo de técnicas e abordagens além dos modelos gigantes. A "escala" se tornou popular por razões de negócio e ideologia de fundadores, não necessariamente por ser a única (ou melhor) forma.

Pra ela, o caminho é focar em **sistemas de IA para tarefas específicas**, que resolvam problemas bem definidos. Ela dá o exemplo de usar IA pra integrar energia renovável na rede elétrica – um problema real de otimização e predição, onde a IA pode ter um impacto positivo enorme.

Essa é a essência do que chamo de **IA Vertical**: IA adaptada para o contexto específico de um problema ou setor, buscando eficiência e solução prática. É muito mais valioso do que um modelo genérico gigante que consome o mundo.

O exemplo da comunidade Māori na Nova Zelândia, que construiu uma ferramenta de reconhecimento de fala para revitalizar a língua, é inspirador. Eles começaram pelo mais básico e essencial: perguntaram à comunidade se eles QUERIAM a ferramenta! Consentimento e transparência em cada passo. Radical, né?

Se você é um cientista de dados ou empreendedor na área, a Karen manda o recado (e eu assino embaixo): construa essas alternativas! Existe demanda por IA ética e sustentável. A gente precisa de mais opções no mercado, assim como aconteceu com a moda sustentável.

Responsabilização e Otimismo Realista

Sobre regulamentação, a Karen é clara: o ideal seria regular a cadeia inteira, da coleta de dados (transparência, pelo amor de Deus!) ao consumo de recursos pelos data centers. A falta de transparência é uma barreira pra que a gente, a sociedade, possa sequer participar desse debate de forma informada.

E o Sam Altman? O que perguntar pra ele? A Karen foi cirúrgica: "Que grau de dano você precisa ver pra perceber que deveria pegar um caminho diferente?" Pesado, mas direto ao ponto.

Apesar de expor tantos problemas, a Karen se diz super otimista. E eu também sou! O primeiro passo é a conscientização, e agora todo mundo fala de IA. Isso é bom.

O próximo passo, e é por isso que escrevo (e ela escreveu o livro), é converter essa consciência em AÇÃO. Todo mundo tem um papel: como usuário (de que dados você abre mão?), como cidadão (data centers perto de você?), como profissional ou pai/mãe (políticas de IA na escola ou trabalho?). Esses são pontos de "contestação democrática", onde a gente pode influenciar.

Não é tarde. Mas a gente precisa parar de só observar o hype e começar a participar ativamente na construção de uma IA que sirva à humanidade, e não a um império. O futuro da IA, pra mim, é vertical, prático, eficiente, e, acima de tudo, responsável. E isso a gente constrói junto.

Head of AI que largou a engenharia civil para transformar dados em soluções reais, sempre com fé, propósito e muito café com código Python pelo caminho.

Oldaque Rios

Head of AI que largou a engenharia civil para transformar dados em soluções reais, sempre com fé, propósito e muito café com código Python pelo caminho.

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