IA Overflow - Blog sobre Inteligência Artificial gera resultados exponenciais. Automação, vendas e crescimento para empreendedores.
Mapa digital da Nova Zelândia com elementos de tecnologia e inteligência artificial sobrepostos

Nova Zelândia e a Estratégia de IA: Olho na Grana, Ignorando o Bicho Papão?

July 10, 20250 min read

Fala meu povo! Estava lendo um artigo bem interessante do site The Conversation esses dias, que me chamou a atenção para a nova estratégia de Inteligência Artificial da Nova Zelândia. O título oficial é algo tipo "Investindo com Confiança", e a ideia é deixar claro para as empresas que o país está aberto para usar IA com uma abordagem bem, digamos, "mão leve" na regulação.

Pensa comigo: o governo lá, na pessoa do Ministro Shane Reti, tá apostando forte que a IA vai turbinar a produtividade e fazer a economia crescer bilhões. E não dá pra negar que tem grana rodando nesse mercado. Olha a OpenAI valendo US$300 bilhões na última rodada, ou a Nvidia, que faz os chips pra essa galera, ultrapassando US$4 trilhões de valor de mercado. Quem não ia querer uma fatia desse bolo?

Onde a Nova Zelândia se encaixa nisso?

A real é que a Nova Zelândia, assim como a maioria dos países (incluindo o Brasil, nesse ponto), não tem estrutura pra construir esses modelos gigantes de IA do zero. Isso exige milhares e milhares de chips super caros e um poder computacional que só as Big Techs ou nações muito grandes têm. O que eles, e a gente, podemos fazer é construir *em cima* desses modelos. Criar sistemas, serviços, talvez até refinar modelos existentes para usos mais específicos – o que eu chamo de IA Vertical, que é onde o bicho pega de verdade para negócios e aplicações práticas.

Só que a estratégia neozelandesa, segundo o artigo, não fala em injetar nova grana pra ajudar as empresas nisso. O foco é outro: tirar barreiras, dar um "guia regulatório", construir capacidade e garantir que a adoção seja "responsável".

Mas aí vem a ironia (ou a preocupação): o tal "guia regulatório" basicamente diz que não vai ter regulamentação forte. As leis atuais, segundo eles, já servem porque são "neutras" pra tecnologia. E sobre construir capacidade? O setor educacional tá meio capengando por lá, e pesquisas sobre ética em IA nem são elegíveis pra certos fundos do governo se não "contribuírem para o crescimento econômico". Ou seja, o que dá dinheiro na hora, vai; discutir o impacto a longo prazo, nem tanto.

O Guia Voluntário e a Ansiedade Pública

O mais preocupante é a parte da "adoção responsável". Lançaram um documento de 42 páginas com dicas úteis sobre viés, precisão, supervisão humana... mas é tudo *voluntário*. Isso coloca a Nova Zelândia entre os países mais relaxados em regulação de IA, junto com Japão e Singapura. Na outra ponta, tá a União Europeia com seu AI Act de 2024, bem mais rígido e baseado em riscos.

Esse approach "light touch" é, no mínimo, curioso quando você descobre que a Nova Zelândia tá em 3º lugar *do fim* num ranking de confiança em IA (entre 47 países). Outra pesquisa mostrou que 66% dos neozelandeses estão *nervosos* com os impactos da IA. Tem algo aí que não fecha, né?

É claro que parte da ansiedade vem da novidade e dos casos negativos que a gente vê: deepfakes sendo usados pra cyberbullying (até o partido ACT, que não é fã de regulação, quer criminalizar deepfakes sexuais não consensuais), a criação de conteúdo por IA diminuindo a demanda por criativos (aqueles cujos trabalhos foram usados pra treinar as IAs, olha a ironia de novo!).

Mas tem questões mais sutis e perigosas. Sistemas de IA aprendem com dados. Se os dados são enviesados, a IA aprende o viés. E o neozelandês comum tá certo de ficar ansioso com a possibilidade de uma empresa negar um emprego, a entrada num supermercado ou um empréstimo bancário por causa de uma decisão de IA, sem entender o porquê (já que modelos complexos são caixas pretas). E o risco de IA ser usada pra manipular eleições? O New York Times noticiou que isso pode já ter acontecido em pelo menos 50 casos.

Discutir como aplicar isso na prática, como garantir a tal "adoção responsável" sem cair na paralisia ou na imprudência... isso roça muito nas conversas da nossa comunidade. É exatamente esse tipo de discussão que acontece quando a gente tenta tirar a IA do slide e colocar pra funcionar no mundo real, com os pés no chão e o olho nos riscos. Aliás, se você quiser trocar ideia sobre esses desafios e soluções práticas, clica no link pra entrar em contato e entre na comunidade IA Overflow. A gente fala bastante sobre isso por lá.

Faltou o Básico?

Outro ponto levantado pelo artigo é que a estratégia não menciona o Te Tiriti o Waitangi (Tratado de Waitangi), que é o documento fundador da nação e define a relação entre os Māori e a Coroa. IA, como qualquer sistema baseado em dados, pode facilmente desfavorecer populações minoritárias, especialmente se usarem modelos treinados em outros contextos e aplicarem em áreas sensíveis como saúde ou justiça sem cuidado. Isso pode piorar desigualdades.

Qual a alternativa? O modelo da UE focado em risco parece mais maduro. Eles categorizam os usos da IA: risco inaceitável (banido, tipo "pontuação social"), alto risco (regras rígidas, supervisão humana), e risco limitado/mínimo (pouca burocracia). Isso não mata a inovação, só exige cautela onde a coisa é séria. Talvez seja o caminho mais inteligente, especialmente quando 66% da população tá nervosa. Às vezes, é melhor ir um pouco mais devagar, mas fazer certo.

Conclusão

No fim das contas, a estratégia da Nova Zelândia parece focar demais na oportunidade econômica imediata, o que faz sentido do ponto de vista de negócio, mas ignora ou minimiza os riscos éticos e sociais que estão deixando a própria população ansiosa. "Investir com confiança" é ótimo, mas confiança se constrói com segurança e clareza sobre os perigos também. Ignorar o "bicho papão" não faz ele desaparecer. É preciso um equilíbrio, um olhar atento para a prática, mas também para o impacto nas pessoas.

É um debate super relevante e que a gente precisa ter sempre. A IA é uma ferramenta poderosa, mas como toda ferramenta, o impacto dela depende de como a gente escolhe usar. E isso, meus amigos, exige estratégia que vá além do mero crescimento financeiro.

Head of AI que largou a engenharia civil para transformar dados em soluções reais, sempre com fé, propósito e muito café com código Python pelo caminho.

Oldaque Rios

Head of AI que largou a engenharia civil para transformar dados em soluções reais, sempre com fé, propósito e muito café com código Python pelo caminho.

LinkedIn logo icon
Instagram logo icon
Youtube logo icon
Back to Blog

QUER UM PAPO MAIS APROFUNDADO?

Discussão Personalizada Sobre

IA Para Seu Negócio!

Para quem quer ir além dos conteúdos do blog e ter uma

conversa direcionada sobre implementação, ferramentas

ou estratégias específicas.

Copyrights 2025 | ia.overflow™ | Terms & Conditions